Porque pedra do índio?
Esta é uma das perguntas mais ouvidas aqui no sítio.
O nome Pedra do Índio, tem autor desconhecido, nosso principal mirante já era conhecido por esse nome bem antes da nossa inauguração.
Antigamente conhecido simplesmente como “Mirante das Três Pedras”, foi em meados dos anos da década de 90, quando começaram a surgir os primeiros rumores sobre o nome “Pedra do Índio”, já naquela época, alguns visitantes chegavam até nosso sítio perguntando se ali que era a “Pedra do Índio”.
Não é segredo, que uma das rochas do paredão do nosso principal mirante se assemelha a um rosto olhando para baixo, que com a dose correta de imaginação, se transforma no rosto de um índio.
Através de pesquisas e conversas com historiadores da região, também foi constatado que nossa região, no passado, foi habitada por algumas tribos indígenas, as quais utilizavam os pontos altos da Cuesta, entre eles o Mirante Pedra do Índio, como local de observação e para montar estratégias de caça e de exploração.
o Caminho Peabiru
Não menos importante são as várias evidências que o famoso Caminho do Peabiru, passava por aqui, ou bem próximo. Este antigo caminho era utilizado por povos indígenas sul-americanos, muito antes do descobrimento pelos europeus.
O caminho constituía-se em uma via de mais de 3000 km, que ligava os andes ( mais precisamente Cusco no Peru) ao oceano atlântico, em algum lugar da faixa do litoral do estado de São Paulo.
Devido a fama que o nome já tinha quando estávamos prestes a inaugurar o ecoparque, nós o adotamos como referência, a Pedra do Índio fica no Caminho Peabiru.
CURIOSIDADES SOBRE AS TRÊS PEDRAS
As Três Pedras podem ter servido de ponto de referência para os indígenas. De acordo com a lenda índios sul-americanos percorriam o lendário Caminho do Peabiru.
Uma das lendas locais diz que um tesouro Jesuíta está enterrado nas proximidades ou em cavernas das Três Pedras. Por volta do século XVIII padres foram cercados por indígenas. Desse modo, para fugir enterraram o tesouro e foram mortos pelos índios em seguida.
De acordo com outra versão dessa história, escravos abriram uma vala, guardaram o ouro e em seguida os padres mataram todos e enterraram junto com o tesouro.
O sacerdote capuchinho Frei Fidélis da Mota (Frei Fidelis Maria di Primiero) foi tranferido para Botucatu em 1952, escreveu os livros “Hércules e América Pré Histórica” e “Fomos e Somos a Atlântida”. Nesses livros ele divulga que os indígenas da região realizavam nessas pedras o culto negro da serpente ou cultos negros da antiga Suméria.
Definitivamente, Frei Fídelis criou todo um imaginário popular em torno das Três Pedras. Dessa forma, ele defendia que a Pedra do Meio, era um Templo construído por indígenas há 3.000 AC, no caso o Templo da Serpente
Existe a fama de que avistamentos de OVNIS são comuns nas Três Pedras. Enfim, luzes que se movem entre uma direção e outra, ou próxima da Pedra do Meio é assunto entre antigos moradores da região. Do mesmo modo, existem ainda aqueles que acreditam que o local serviria de ponto de aterrissagem desses objetos. Essa fama coloca Botucatu no roteiro do ufoturismo.
Turistas e pesquisadores que visitam a região relatam fenômenos estranhos como a interferência magnética nas bússolas. Afinal, um grupo de pesquisadores da revista UFO, em 2010, relatou que a agulha da bússola de precisão, em alguns pontos, apontava para a direção da pedra do meio.
A falta de estrutura e de segurança no mirante poderia resultar em acidentes graves, exigindo uma decisão urgente.
Em 2018, diante do aumento expressivo da procura, a família se viu diante de dois caminhos: encerrar as visitas ou transformar o espaço em um empreendimento turístico de verdade.
Foi então que, unidos pelo mesmo espírito empreendedor que já movia o Prado Supermercado, Danilo e Denilson decidiram investir no sonho. Em 1º de setembro de 2018, foi oficialmente inaugurado o Ecoparque Pedra do Índio.
As origens do Ecoparque Pedra do Índio
Apesar da mudança para a cidade, o vínculo com o sítio permaneceu forte. A partir da década de 1990, algumas pessoas começaram a visitar informalmente o mirante natural da propriedade, atraídas pela vista privilegiada da região. No início, não havia cobrança, e a recepção era feita de maneira simples, na casa do caseiro. Com o tempo, uma pequena taxa simbólica de R$ 5,00 passou a ser cobrada.
Com a ascensão da internet e a popularização das redes sociais, a Pedra do Índio — nome dado espontaneamente pelos visitantes — ganhou fama rapidamente. Aos finais de semana, o fluxo de visitantes cresceu consideravelmente, trazendo também novas preocupações.
A mudança para Pardinho
Em 1994, buscando melhor acesso à educação para o filho caçula Danilo, a família Prado mudou-se para Pardinho, já que o transporte escolar até o sítio era precário.
Neste mesmo ano, com o espírito empreendedor da família, foi fundado o Prado Supermercado, que, ao longo dos anos, se consolidaria como referência na cidade.
A Ascensão do mirante
Em 1987, nasceu o terceiro filho, Danilo.
Com o fortalecimento da produção de leite, veio também a fabricação de queijo fresco, liderada por Vandercy. Em seu auge, a produção diária ultrapassava 40 queijos, vendidos nos mercados e armazéns de Botucatu, especialmente no Mercado Municipal.
Em 1992, Domingos adquiriu as partes de seus irmãos no Sítio Planalto, tornando-se o único proprietário da área.
O Ecoparque hoje
Desde a inauguração, o Ecoparque Pedra do Índio vem passando por constantes melhorias. Estruturas de recepção, sinalização de trilhas, áreas de lazer, mirantes seguros e novos atrativos foram sendo implantados ao longo dos anos, sempre respeitando a natureza e valorizando a história da terra.
O sonho plantado por Domingos e Vandercy germinou, cresceu e hoje se tornou um espaço de preservação ambiental, turismo sustentável e memória viva das gerações que moldaram este pedaço especial da Cuesta Paulista.
E a história continua…
“Assim como a natureza nunca para de crescer e se renovar, também a história do Ecoparque Pedra do Índio continua a ser escrita todos os dias.”
Cada visitante que caminha por nossos mirantes, cada criança que descobre a beleza da natureza, cada família que se reúne sob nossos céus estrelados, passa a fazer parte dessa história viva.
Nosso compromisso é seguir cuidando deste pedaço especial da Cuesta Paulista com o mesmo carinho e dedicação que recebemos de nossos antepassados — mantendo sempre aberta a trilha para quem quiser caminhar conosco.
Obrigado por fazer parte dessa jornada.
O Ecoparque Pedra do Índio
“Há lugares que não nascem prontos — eles são moldados pelas mãos, pela coragem e pela persistência daqueles que sonham grande.”
O Ecoparque Pedra do Índio é um desses lugares.
Esta história é mais do que a construção de um parque: é o retrato de uma família que, ao longo de gerações, semeou valores, cultivou raízes profundas e transformou desafios em novas possibilidades. Cada trilha aberta, cada árvore preservada e cada sorriso acolhido carrega um pouco dessa trajetória.
Convidamos você a conhecer não apenas o que se vê da paisagem, mas também aquilo que se sente: o amor pela terra, o orgulho do caminho percorrido e a esperança que guia nossos passos para o futuro, seja bem-vindo à nossa história.
Como tudo começou…
Para contar a história do Ecoparque Pedra do Índio, é preciso voltar no tempo e relembrar as origens de uma família cuja trajetória de trabalho, perseverança e amor à terra tornou este sonho possível.
Tudo começou em meados da década de 1960, quando Domingos Prado, descendente de imigrantes italianos e espanhóis, conheceu Vandercy Spadotto, de família também italiana. Ambos nasceram em Botucatu, interior de São Paulo.
Domingos era o mais velho de seis filhos e desde os 12 anos ajudava seus pais, Antônio e Maria, no trabalho no campo, em um sítio localizado próximo a Bofete — hoje conhecido como Sítio Três Pedras, vizinho ao atual Ecoparque. A agricultura, com destaque para o cultivo do café, e a produção de leite e queijo, sustentavam a família, que prosperava com muito trabalho e união.
Enquanto isso, Vandercy crescia em Botucatu, no bairro da Vila dos Lavradores, ao lado de sua mãe Elza e três irmãos.
O pai, ausente desde que Vandercy tinha apenas três anos, deixou a responsabilidade da criação dos filhos para Dona Elza, que, com coragem, superou inúmeras dificuldades. Desde criança, Vandercy trabalhava passando roupas e cuidando de crianças para ajudar nas despesas da casa.
O Casamento
Após mais de quatro anos de namoro, Domingos e Vandercy casaram-se no dia 3 de maio de 1969. Vandercy mudou-se para o Sítio Três Pedras, iniciando uma nova etapa da vida, agora dedicada também à lida no campo.
Pouco depois do casamento, nasceu a primeira filha, Nilcelene, e três anos mais tarde, o segundo filho, Denilson.
Na época, uma forte geada havia devastado os cafezais, e a família precisou diversificar sua produção, investindo no milho branco e em pomares de limão, mexerica ponkan e manga. As colheitas eram vendidas em feiras e armazéns de Botucatu e São Manuel.
A compra do Sítio Planalto
Em 27 de abril de 1979, Domingos e dois de seus irmãos adquiriram o Sítio Planalto — área que futuramente se tornaria o coração do Ecoparque Pedra do Índio.
Em 1980, Domingos, Vandercy e seus filhos mudaram-se para o novo sítio, enfrentando grandes desafios. Domingos continuava a trabalhar no sítio dos pais, descendo e subindo diariamente a serra por trilhas que hoje fazem parte da Trilha do Peabiru.
Enquanto isso, Vandercy cuidava da casa, da horta e dos animais. Aos poucos, a família ampliou a criação de gado leiteiro e iniciou novos pomares de abacate e manga.